sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Livro: FLOR DA NEVE E O LEQUE SECRETO

Autor: Lisa See

Nos anos 60, autoridades chineses ficaram intrigadas com estranhos caracteres escritos em papéis encontrados na bolsa de uma mulher desfalecida em uma estação ferroviária rural. Detida sob a suspeita de ser espiã, ela foi libertada depois que especialistas analisaram os papéis e constaram que os sinais eram de uma linguagem que as mulheres chinesas usavam há cerca de mil anos, sem que os homens a conhecessem. O fascínio que a nu shu e a cultura por trás desta escrita feminina levaram Lisa See a conceber o romance Flor da Neve e o leque secreto.
Educadas essencialmente para servir aos maridos, filhos e famílias, as mulheres chinesas se expressavam utilizando a Nu shu, protegidas da interferência masculina. Bordando seus caracteres em lenços ou pintando-os em leques, as jovens mantidas em isolamento social até o casamento conseguiam comunicar-se com as melhores amigas. A aliança laotang, uma escolha pessoal de devotação à amizade pelo resto da vida, era tão importante quanto o casamento arranjado que as famílias promoviam na China do século XIX.
Flor da Neve e o leque secreto é narrado por Lírio, a matriarca de uma família que, aos 80 anos, recorda sua amizade com Flor da Neve, sua amiga laotang, a quem confidenciou temores, sonhos e aspirações durante os períodos mais importantes de suas vidas. Era na aliança laotang que aquelas mulheres discretas e tolhidas firmavam o relacionamento mais intenso e importante de suas vidas. Os percalços enfrentados, como a morte de filhos, a inimizade das sogras e os maus-tratos de maridos violentos, são suportados pelo apoio que uma devota à outra, expresso nos leques que trocam.Com ternura e melancolia, Lisa See, através das recordações de Lírio, descreve o universo dessas mulheres tolhidas e discretas, das quais tudo se esperava, enquanto pouco era concedido. Embora a protagonista aceite seu papel numa sociedade que só valoriza as mulheres pela capacidade de gerar e criar filhos homens, Lisa See mostra que parte desse conformismo é cultivado desde a infância, quando as meninas sofrem dores terríveis ao terem os pés enfaixados para atrofiá-los, mesmo que isso leve a fraturas nos ossos.

Um comentário:

Anônimo disse...

linda a historia, como ser
elas, sor como olha, elas falaser um com as outra.
oque a outra esta pasando,
naquele momendo com ela