segunda-feira, 29 de outubro de 2007

LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

Resposta da Editora Nova Geração ao Jornal O GLOBO


O Livro Didático que a Globo quer Proibir



A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8a série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam: Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país.

Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer "que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo". Certamente, nossas visões políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou. O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas liberdades.

Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao-Tsé Tung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros.

Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista. Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento. Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: "A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (...). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (...) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (...) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas. .." (pp. 63-65)

Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução chinesa. Ora, bastaria ter encotrado trechos como estes: "O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (...) Mao (...) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível." (p. 191) "Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (...) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (...) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país..." (p. 247)

Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério.

O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria>prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com>simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Livro: FLOR DA NEVE E O LEQUE SECRETO

Autor: Lisa See

Nos anos 60, autoridades chineses ficaram intrigadas com estranhos caracteres escritos em papéis encontrados na bolsa de uma mulher desfalecida em uma estação ferroviária rural. Detida sob a suspeita de ser espiã, ela foi libertada depois que especialistas analisaram os papéis e constaram que os sinais eram de uma linguagem que as mulheres chinesas usavam há cerca de mil anos, sem que os homens a conhecessem. O fascínio que a nu shu e a cultura por trás desta escrita feminina levaram Lisa See a conceber o romance Flor da Neve e o leque secreto.
Educadas essencialmente para servir aos maridos, filhos e famílias, as mulheres chinesas se expressavam utilizando a Nu shu, protegidas da interferência masculina. Bordando seus caracteres em lenços ou pintando-os em leques, as jovens mantidas em isolamento social até o casamento conseguiam comunicar-se com as melhores amigas. A aliança laotang, uma escolha pessoal de devotação à amizade pelo resto da vida, era tão importante quanto o casamento arranjado que as famílias promoviam na China do século XIX.
Flor da Neve e o leque secreto é narrado por Lírio, a matriarca de uma família que, aos 80 anos, recorda sua amizade com Flor da Neve, sua amiga laotang, a quem confidenciou temores, sonhos e aspirações durante os períodos mais importantes de suas vidas. Era na aliança laotang que aquelas mulheres discretas e tolhidas firmavam o relacionamento mais intenso e importante de suas vidas. Os percalços enfrentados, como a morte de filhos, a inimizade das sogras e os maus-tratos de maridos violentos, são suportados pelo apoio que uma devota à outra, expresso nos leques que trocam.Com ternura e melancolia, Lisa See, através das recordações de Lírio, descreve o universo dessas mulheres tolhidas e discretas, das quais tudo se esperava, enquanto pouco era concedido. Embora a protagonista aceite seu papel numa sociedade que só valoriza as mulheres pela capacidade de gerar e criar filhos homens, Lisa See mostra que parte desse conformismo é cultivado desde a infância, quando as meninas sofrem dores terríveis ao terem os pés enfaixados para atrofiá-los, mesmo que isso leve a fraturas nos ossos.

sábado, 6 de outubro de 2007

Por do Sol da Minha Terra - Guarapuava

GLOBALIZAÇÃO

“Um processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais. No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. É chamada de "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a globalização define uma nova era da história humana.”

Este conceito retirado da internet www.brasilescola.com/gerografia/globalização.htm expressa de maneira simples o processo de globalização em curso no atual estágio de desenvolvimento da humanidade. Se considerarmos apenas o conceito citado entenderemos que tudo no mundo esta integrado de maneira que facilitou o acesso aos bens produzidos pelo ser humano, mas se detivermos um olhar mais crítico a este processo veremos que as mercadorias são livres para irem e virem, agora o acesso e o consumo é o restrito para poucos ou aonde o capitalismo econômico determina a lógica do mercado.

A Globalização econômica tem sua base teórica no Liberalismo Econômico, que na atualidade foi rebatizado de neoliberalismo, ou seja, liberdade para as empresas entrarem em diversos países sem pagarem impostos ou sem concorrência com os produtos nacionais. Isto tem sido objeto de estudo pois os países que não protegem sua economia ficam a mercê dos diversos revezes da ordem econômica mundial e tem sua soberania fragilizada.

( ROSE MARI GOMES )