sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz 2008

... Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos drumond de Andrade


foto amanda de oliveira

domingo, 23 de dezembro de 2007

DESCAMINHOS

Me perdoa essa falta de tempo
Que por vezes chega a me desesperar
Esse meu desatino nossos descaminhos
E a vontade louca de ficar
Me perdoa essa falta de sono
Que por vezes chega a me desanimar
Queria te encontrar nesse meu abandono
E não ter que depois desapegar
Te queria sem pressa, sem medo
Na loucura de um dia qualquer
Te tragar no silêncio da noite
Nos teus braços me sentir mulher
Mas a falta de tempo é tamanha
E essa ausência de mim te devora
Me perdoa esse jeito cigano
De partir sempre antes da hora
.
(Joana)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

Resposta da Editora Nova Geração ao Jornal O GLOBO


O Livro Didático que a Globo quer Proibir



A respeito do artigo do jornalista Ali Kamel no jornal O Globo de 18 de setembro de 2007 sobre o volume de 8a série da obra Nova História Crítica, de Mario Schmidt, o autor e a Editora Nova Geração comentam: Nova História Crítica da Editora Nova Geração não é o único nem o primeiro livro didático brasileiro que questiona a permanência de estruturas injustas e que enfoca os conflitos sociais em nossa história. Entretanto, é com orgulho que constatamos que nenhuma outra obra havia provocado reação tão direta e tão agressiva de uma das maiores empresas privadas de comunicação do país.

Compreendemos que o sr. Ali Kamel, que ocupa cargo executivo de destaque nas Organizações Globo, possa ter restrições às posturas críticas de nossa obra. Compreendemos até que ele possa querer os livros didáticos que façam crer "que socialismo é mau e a solução para tudo é o capitalismo". Certamente, nossas visões políticas diferem das visões do sr. Ali Kamel e dos proprietários da empresa que o contratou. O que não aceitamos é que, em nome da defesa da liberdade individual, ele aparentemente sugira a abolição dessas liberdades.

Não publicamos livros para fazer crer nisso ou naquilo, mas para despertar nos estudantes a capacidade crítica de ver além das aparências e de levar em conta múltiplos aspectos da realidade. Nosso grande ideal não é o de Stálin ou de Mao-Tsé Tung, mas o de Kant: que os indivíduos possam pensar por conta própria, sem serem guiados por outros.

Assim, em primeiro lugar exigimos respeito. Nós jamais acusaríamos o sr. Kamel de ser racista apenas porque tentou argumentar racionalmente contra o sistema de cotas nas universidades brasileiras. E por isso mesmo estranhamos que ele, no seu inegável direito de questionar obras didáticas que não façam elogios irrestritos à isenção do Jornal Nacional, tenha precisado editar passagens de modo a apresentar Nova História Crítica como ridículo manual de catecismo marxista. Selecionar trechos e isolá-los do contexto talvez fosse técnica de manipulação ultrapassada, restrita aos tempos das edições dos debates presidenciais na tevê. Mas o artigo do sr. Ali Kamel parece reavivar esse procedimento. Ele escolheu os trechos que revelariam as supostas inclinações stalinistas ou maoístas do autor de Nova História Crítica. Por exemplo, omitiu partes como estas: "A URSS era uma ditadura. O Partido Comunista tomava todas as decisões importantes. As eleições eram apenas uma encenação (...). Quem criticasse o governo ia para a prisão. (...) Em vez da eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta. (...) Milhares e milhares de indivíduos foram enviados a campos de trabalho forçado na Sibéria, os terríveis Gulags. Muita gente foi torturada até a morte pelos guardas stalinistas. .." (pp. 63-65)

Ali Kamel perguntou por onde seria possível as crianças saberem das insanidades da Revolução chinesa. Ora, bastaria ter encotrado trechos como estes: "O Grande Salto para a Frente tinha fracassado. O resultado foi uma terrível epidemia de fome que dizimou milhares de pessoas. (...) Mao (...) agiu de forma parecida com Stálin, perseguindo os opositores e utilizando recursos de propaganda para criar a imagem oficial de que era infalível." (p. 191) "Ouvir uma fita com rock ocidental podia levar alguém a freqüentar um campo de reeducação política. (...) Nas universidades, as vagas eram reservadas para os que demonstravam maior desempenho nas lutas políticas. (...) Antigos dirigentes eram arrancados do poder e humilhados por multidões de adolescentes que consideravam o fato de a pessoa ter 60 ou 70 anos ser suficiente para ela não ter nada a acrescentar ao país..." (p. 247)

Os livros didáticos adquiridos pelo MEC são escolhidos apenas pelos professores das escolas públicas. Não há interferência alguma de funcionários do Ministério.

O sr. Ali Kamel tem o direito de não gostar de certos livros didáticos. Mas por que ele julga que sua capacidade de escolha deveria>prevalecer sobre a de dezenas de milhares de professores? Seria ele mais capacitado para reconhecer obras didáticas de valor? E, se os milhares de professores que fazem a escolha, escolhem errado (conforme os critérios do sr. Ali Kamel), o que o MEC deveria fazer com esses professores? Demiti-los? Obrigá-los a adotar os livros preferidos pelas Organizações Globo? Internar os professores da rede pública em Gulags, campos de reeducação ideológica forçada para professores com>simpatia pela esquerda política? Ou agir como em 1964?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Livro: FLOR DA NEVE E O LEQUE SECRETO

Autor: Lisa See

Nos anos 60, autoridades chineses ficaram intrigadas com estranhos caracteres escritos em papéis encontrados na bolsa de uma mulher desfalecida em uma estação ferroviária rural. Detida sob a suspeita de ser espiã, ela foi libertada depois que especialistas analisaram os papéis e constaram que os sinais eram de uma linguagem que as mulheres chinesas usavam há cerca de mil anos, sem que os homens a conhecessem. O fascínio que a nu shu e a cultura por trás desta escrita feminina levaram Lisa See a conceber o romance Flor da Neve e o leque secreto.
Educadas essencialmente para servir aos maridos, filhos e famílias, as mulheres chinesas se expressavam utilizando a Nu shu, protegidas da interferência masculina. Bordando seus caracteres em lenços ou pintando-os em leques, as jovens mantidas em isolamento social até o casamento conseguiam comunicar-se com as melhores amigas. A aliança laotang, uma escolha pessoal de devotação à amizade pelo resto da vida, era tão importante quanto o casamento arranjado que as famílias promoviam na China do século XIX.
Flor da Neve e o leque secreto é narrado por Lírio, a matriarca de uma família que, aos 80 anos, recorda sua amizade com Flor da Neve, sua amiga laotang, a quem confidenciou temores, sonhos e aspirações durante os períodos mais importantes de suas vidas. Era na aliança laotang que aquelas mulheres discretas e tolhidas firmavam o relacionamento mais intenso e importante de suas vidas. Os percalços enfrentados, como a morte de filhos, a inimizade das sogras e os maus-tratos de maridos violentos, são suportados pelo apoio que uma devota à outra, expresso nos leques que trocam.Com ternura e melancolia, Lisa See, através das recordações de Lírio, descreve o universo dessas mulheres tolhidas e discretas, das quais tudo se esperava, enquanto pouco era concedido. Embora a protagonista aceite seu papel numa sociedade que só valoriza as mulheres pela capacidade de gerar e criar filhos homens, Lisa See mostra que parte desse conformismo é cultivado desde a infância, quando as meninas sofrem dores terríveis ao terem os pés enfaixados para atrofiá-los, mesmo que isso leve a fraturas nos ossos.

sábado, 6 de outubro de 2007

Por do Sol da Minha Terra - Guarapuava

GLOBALIZAÇÃO

“Um processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais. No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. É chamada de "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a globalização define uma nova era da história humana.”

Este conceito retirado da internet www.brasilescola.com/gerografia/globalização.htm expressa de maneira simples o processo de globalização em curso no atual estágio de desenvolvimento da humanidade. Se considerarmos apenas o conceito citado entenderemos que tudo no mundo esta integrado de maneira que facilitou o acesso aos bens produzidos pelo ser humano, mas se detivermos um olhar mais crítico a este processo veremos que as mercadorias são livres para irem e virem, agora o acesso e o consumo é o restrito para poucos ou aonde o capitalismo econômico determina a lógica do mercado.

A Globalização econômica tem sua base teórica no Liberalismo Econômico, que na atualidade foi rebatizado de neoliberalismo, ou seja, liberdade para as empresas entrarem em diversos países sem pagarem impostos ou sem concorrência com os produtos nacionais. Isto tem sido objeto de estudo pois os países que não protegem sua economia ficam a mercê dos diversos revezes da ordem econômica mundial e tem sua soberania fragilizada.

( ROSE MARI GOMES )

domingo, 23 de setembro de 2007

" EDUCAÇÃO NÃO É QUANTO VOCÊ TEM GUARDADO NA MEMÓRIA, NEM MESMO O QUANTO VOCÊ SABE. É SER CAPAZ DE DIFERENCIAR ENTRE O QUE VOCÊ SABE E O QUE VOCÊ NÃO SABE"

( Anatole France)

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Gênero: Educação Profissional e Tecnológica

O conceito de gênero surgiu após muitos anos de luta feminista e de formulação teórica na tentativa de explicar a opressão das mulheres. As primeiras a utilizarem o conceito foram as norte-americanas e as inglesas. É um conceito que coloca o ser mulher e o ser homem como uma construção social, a partir do que é estabelecido como feminino e masculino bem como os papéis sociais destinados a cada um. Essas relações são uma construção social, isto é, não estão determinadas biologicamente. A definição de masculino e feminino está associada ao que cada sociedade, em cada momento histórico define como próprio de homens e mulheres. A construção de gênero se dá em todas as esferas da sociedade: economia, política, social e cultural.

O debate sobre Educação Tecnológica esteve presente no Brasil, desde a chamada "Revolução de 30", pois o rompimento do modelo agrário-exportador para o urbano-industrial trouxe mudanças no ensino médio com a seriação. Surgem também na década de 40 os Sistemas nacionais de Formação Profissional: SENAI (Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial) e o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).

Na década de 80 com o debate a sobre a LDB ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação) novamente trava-se na sociedade uma disputa ideológica sobre formação técnico-profissional iniciado principalmente pelas mudanças no mundo do trabalho. A reestruturação produtiva introduzida pelas novas tecnologias e por novas formas de organização da produção, a globalização econômica capitalista e o neoliberalismo provocou mudanças significativas na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras. (CARNEIRO, 1998).

Essas mudanças são acompanhadas pelo aumento significativo da inserção feminina no mercado de trabalho. Inserção que deve ser considerada como uma importante barreira transposta, na medida em que as mulheres vão quebrando os muros do mundo doméstico, universo típico feminino para o público. Entretanto:

“È evidente que a ampliação do trabalho feminino no mundo produtivo das últimas décadas é parte do processo de emancipação parcial das mulheres, tanto em relação à sociedade de classes quanto às inúmeras formas de opressão masculina, que se fundamentam na tradicional divisão social e sexual do trabalho. Mas – e isso tem sido central – o capital incorpora o trabalho feminino de modo desigual e diferenciado em sua divisão social e sexual do trabalho”. (ANTUNES, 1999. p.110)

É importante considerar que nos primórdios da formação histórica das sociedades humanas, a mulher teve um papel decisivo na apropriação da técnica, pois os primeiros artefatos de pedra lascada, segundo Rose Marie Muraro, foram “úteis para cortar e processar vegetais, mas não para caçar animais de grande porte.” (1992, p.25).

E nestas comunidades primitivas que se da a primeira divisão do trabalho com base na idade e no sexo (divisão sexual do trabalho). Enquanto lidavam com a natureza os seres humanos se qualificavam e transmitiam o que aprendiam a futuras gerações, por meio de um processo de qualificação que coincidia inteiramente com o próprio processo de trabalho, considerando-se a divisão sexual do trabalho, pode-se afirmar duas capacidades de trabalho, conformando a qualificação do trabalho dos homens e mulheres da coletividade. (SILVA, 2005 p. 46)

A realidade do trabalho com as inovações tecnológicas não vem apontando para a possibilidade da construção da sociedade mais igualitária. Cabe ás mulheres as tarefas menos qualificadas apesar de terem mais anos de estudo formal, isto só não basta para ocuparem cargos de maior posição ou salários maiores. De acordo com PNAD ( Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) 1999, os homens recebem 68,7% dos rendimentos em salário e as mulheres receberam 31,3%. As mulheres trabalhadoras sofrem das conseqüências da modernização do mundo produtivo e da flexibilização das relações do trabalho. A sua mão-de-obra é utilizada através de jornadas parciais, contratos por tempo temporário, trabalhos em domicílio em condições precárias, perdas de direitos legais e baixos salários.

A questão que pode ser levantada diante deste quadro é a seguinte: o acesso à educação tecnológica pode possibilitar uma relação de gênero mais humana no atual contexto da sociedade capitalista?

Esta proposta de pesquisa pode contribuir para uma melhor compreensão das relações entre gênero e educação tecnológica e também possibilitar uma práxis mais efetiva. Assim,

“... indispensável, portanto, é a reflexão crítica para indicar caminhos e horizontes, para não se afastar do leito da condição humana e de sua libertação. No meio da avalanche de técnicas e mutações tecnológicas, é preciso mergulhar na permanência dos conceitos, não somente na formação profissional como qualificação para o trabalho, mas de retorno à totalidade do homem capaz de compreender o mundo técnico, social e cultural”. (BASTOS, p. 2004)

Acreditamos que esta proposta poderá integrar as reflexões que o programa de desenvolvimento Educacional proposto pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná vem desenvolvendo e contribuirá para o aprofundamento das diretrizes curriculares de História e também para a Coordenadoria de Educação e Trabalho.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

TRABALHO E PERSPECTIVAS DE FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES: PARA ALÉM DA FORMAÇÃO POLITÉCNICA

Paolo Nosella

Universidade Federal de São Carlos e Centro Universitário Nove de Julho.

Resumo

Quem não vê bem uma palavra,

não pode ver bem uma alma.

(Fernando Pessoa)

Nossa idéia central era:

como podemos nos tornar livres?

(Antônio Gramsci)


O Artigo do Professor Paolo Nosella é muito rico em conteúdo de maneira que digeri-lo apenas na leitura sem maiores diálogos pode comprometer maior compreensão do texto segue abaixo uma descrição sem fugir do que o autor aborda. Uma síntese do próprio texto.

O Texto do Professor Nosella nos informa detalhadamente os coneitos dos termos: Polítecnia que não aparece nos dicionários , polivalente é um adjetivo aplicado ao sujeito humano e politécnico(a)” é o adjetivo aplicado ao ensino, à educação ou à instituição escolar,

Se detém principalmente na análise semântica do conceito e do uso da palavra “politecnia” nos textos produzidos por educadores e intelectuais pensadores da educação e da formação desejada para os trabalhadores.

Conforme Nosella “enquanto princípio pedagógico, no entanto, o trabalho como fundamento da educação se tornou tema importante para os pedagogos e eixo principal da teoria educacional marxista.

Refere-se que o termo Politecnia na atualidade não corresponde mais a uma política educacional marxista porque a expressão foi bandeira de um outro contexto histórico.

A base teórica utilizada para o estudos são os próprios clássicos do marxismo Marx, Engels, Lênin e os marxitas autores que o interpretaram como Gramsci e textos de autores brasileiros, geralmente educadores marxistas que, abordando a relação

entre trabalho e educação, defenderam para a nossa realidade a educação politécnica.

E as pesquisas feitas utilizam duas principais correntes divergentes quanto a utilização do método investigativo criado por Marx o marxismo investigativo, contrapondo-o ao marxismo didascálico ou doutrinário.

Marx utilizou em seus textos os termos politecnia e tecnológica, e para ele politecncia como sinônimo de pluriprofissional.

A concepção politécnia foi preservada na tradição socialista principalmente nas escolas da União Soviética aonde o ensino médio era dual composto por uma rede de escolas técnicas.

O artigo trata também das diferentes afirmações de Manacorda e de Saviani sobre a educação politécnica ou tecnlógica em Marx.

Saviani é o único defensor da educação politécnica que enfrenta a questão de semântica. A noção de politecnia se encaminha na direção da superação da dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual, entre instrução profissional e instrução geral. [...] A noção de politecnia contrapõe-se a essa idéia, postulando que o processo de trabalho desenvolva, em unidade indissolúvel, os aspectos manuais e intelectuais. [...] Politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo moderno. (Saviani, 2003, passim)

Nesse sentido, os estudos de Manacorda concluem enfaticamente:[...] o "politecnicismo" sublinha o tema da "disponibilidade" para os vários trabalhos ou para as variações dos trabalhos, enquanto a "tecnologia" sublinha, com sua unidade de teoria e pratica, o caráter de totalidade ou omnilateralidade do homem. [...] O primeiro destaca a idéia da multiplicidade da atividade [...]; o segundo, a possibilidade de uma plena e total manifestação de si mesmo, independentemente das ocupações específicas da pessoa. (Manacorda, 1991, p. 32)

Nos anos 1990, o termo politecnia operou semanticamente como um freio à reflexão sobre a proposta educacional socialista. Pouco a pouco, nós, educadores marxistas, aceitamos nos tornar especialistas do ensino médio profissional, legitimando assim, indiretamente, a dualidade do ensino.

Certamente, um nome é fator de distinção, de união, de força, de direcionamento. É uma bandeira. Mas é também um fator de separação, fonte de novas ambigüidades, causa de engessamento teórico e de limitação ideológica. Os programas escolares inspirados nos valores da liberdade, da justiça e da igualdade precisam ser atualizados constantemente, e nem sempre um nome-bandeira nos ajuda nessa empreitada.

O próprio Manacorda o confessa. Entretanto, os educadores, cuja função principal é ajudar os “filhotes” dos homens (de todos) a se tornarem homens livres, justos e contemporâneos, não podem esquecer de atualizar seus conhecimentos, sua linguagem, seus métodos e programas escolares.

Nesse sentido, a expressão “onilateral” é feliz, porque conota o conjunto. Mais tarde, Gramsci utiliza o termo “unitário”, que acrescenta ao conjunto dos aspectos educacionais a idéia de integração. Todavia, tanto a expressão “onilateral” como “unitário” acentuam o sentido quantitativo, isto é, que abrange todos os aspectos. Se indagássemos sobre qual seria a categoria fundante e estruturante da fórmula pedagógico-escolar marxista, eu creio que deveríamos recorrer à categoria antropológica de liberdade plena para o homem, todos os homens.

Gramsci desenvolve muito bem esse “germe marxiano” da unitariedade educacional, por isso afirma que, assim como todos os homens são intelectuais, os intelectuais também são trabalhadores, pois nem o trabalho braçal dispensa o cérebro, nem o trabalho intelectual dispensa o esforço muscular nervoso, a disciplina, os tempos e os movimento.

Para educarmos o homem do futuro precisamos idealmente ultrapassar os limites burgueses do trabalho alienado e nos inspirar no conceito marxiano de trabalho coextensivo à existência humana.

O Planeta se tornou uma enorme sala de aula, uma oficina imensa e um campo aberto de disputas. Encontrar as formas adequadas de interagir com os semelhantes e com a natureza é um desafio tremendo para um jovem; a escola-dotrabalho não pode se omitir de orientá-lo nesse desafio.

Essa concepção de escola de rigor científico e de liberdade responsável aproxima-se da idéia de escola de tempo integral, ou melhor, de educação plena.

Não é fácil determinar os conteúdos escolares que o mundo atual exige do cidadão moderno.

Em outras palavras, sei que muitas pessoas alcançam algum grau de liberdade até mesmo pela escola técnica ou por uma formação profissional precoce, pela escola popular pública ou noturna de baixa qualidade. Compete, porém, aos educadores lutarem para abrir caminhos (escolas) mais apropriados e eficientes, a fim de que todos alcancem a liberdade que o atual momento de evolução da história possibilita. Em outras palavras, o educador não pode jamais perder de vista o horizonte de liberdade plena, concreta e imanente como objetivo fundamental da educação.

Ao afirmar que necessidade e liberdade sincronicamente se fundem, afirma-se também que a revolução que promove a passagem da necessidade para a liberdade é um processo constante, fruto das lutas de cada dia.

Aos educadores, porém, compete abrir os canais educacionais mais adequados para que todos sejam cada vez mais livres. Creio ter sido essa a idéia que orientou Gramsci e seus colaboradores de Ordine Nuovo quando, em 1920, criaram uma escola para os trabalhadores: “Nossa idéia central era: como podemos nos tornar livres?” (Gramsci, 1987, p. 622).

domingo, 26 de agosto de 2007

O ESTADO BRASILEIRO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS A PARTIR DOS ANOS 80

Lizia Helena Nagel

Introdução

Impossível pensar a educação fora do

espectro da contradição que põe lado a lado a

mudança e a permanência, que impõe novas

formas de trabalho no interior da mesma

relação de produção, que aciona velhas

atitudes apenas maquiadas pelo velho dogma

do mercado.



a análise que Ligia Nagel faz das Políticas Educacionais implementadas no Brasil a partir dos anos 80 ainda está presente no debate atual da Educação Brasileira principalmente após o Governo do Presidente Lula.

Os intelectuais brasileiros segundo o texto preocupados apenas com a abertura da democracia brasileira e o fim da ditadura militar em nosso país não perceberam a armadilha neoliberal já em curso na Educação. Com mudanças significativas na política brasileira o espírito de liberdade sobrepunha a uma análise mais crítica dos discursos dos presidentes da década de 80 e 90.

Nesse sentido é impossível pensar as mudanças em nosso país sem fazer uma reflexão histórica das mudanças do capitalismo e da nova ordem mundial. Analisar o chamado modelo taylorismo/fordismo, principalmente no Brasil aonde o capitalismo dependente nunca proporcionou um desenvolvimento econômico que superássemos a distribuição de renda desigual.

As mudanças na base da produção capitalista impulsionou mudanças nas políticas educacionais. Para os países endividados os organismos internacionais de financiamentos tinham dinheiro desde que cumprissem metas de acordo com o entendimento destes do que seria a superação da pobreza. A chamada globalização da economia exigia mudanças no nível de escolaridade que estava muito distante da proposta de participação nesta economia para o Brasil. Havia a necessidade de elevação de escolaridade básica comprometendo o avanço do ensino superior e a pesquisa base tecnológica futura.

O Paraná neste período foi um laboratório destas políticas na Educação. Com programas de Correção de Fluxo, fim do Ensino Médio Técnico Profissionalizante, desvalorização dos profissionais da Educação, Privatização do Ensino Superior, etc.

Comparando o conhecimento desenvolvido na década de 70 que ainda está em curso com a análise das políticas educacionais desenvolvidas principalmente na década de 90 segundo Lígia “ainda estão por ser examinadas no espectro da decadência da ciência e do oportunismo cívico, cujas conseqüências nossos netos sentirão.”

sábado, 25 de agosto de 2007

PRA SER MAIS EU

Pra ser mais eu,
Vou desabafar
Dizer o que penso,
Rir pra não chorar
Num mundo carente
Estou a sonhar

Pra ser mais eu,
Faço a minha estrada
E dizem os medíocres,
Que não dá em nada
Decifro caminhos
Pela madrugada

Pra ser mais eu, tiro o reagge da poesia
Com a mesma liberdade que o velho Marley fazia

Pra ser mais eu,
Confio no amor
Pra mudar o mundo,
E cessar a dor
Buscarei na música
Seja o que for

Será utopia,
Este sonho meu
De unir cidadão,
Negro e plebeu
Nos versos que faço
Só pra ser mais eu.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Participamos esta semana de uma oficina com os professores (as) do CRTE e tentamos trabalhar no ambiente que será disponibilizado pela SEED ( Secretaria de Educação ) para as atividades com os Grupos de Trabalhos em Rede - GTR.
Além deste ambiente teve uma discussão sobre o uso ou não dos blogs. Como ando animada com o espaço falei das vantagens mais houve considerações sobre este recurso que todos/as podem acessar de seus computadores. Mais não no ambiente disponibilizado pois os blogs serão bloqueados por lá.
Em compensação podemos ter os wikis que segundo os que possuem tem mais recursos pedagógicos mais com limitações pois só quem se cadastra tem acesso aos mesmos. Este será um bom debate . Qual será o melhor meio para nossa comunicação além do disponibilizado pela SEED para o Trabalho em Rede pelos professores do PDE?
Rose Mari Gomes

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

ESCRITOS ABREVIADOS

Carlos Rodrigues Brandão

o trabalho de ensinar

Há dois legados duradouros que podemos transmitir aos

nossos filhos: um raízes; outro; asas.

Holding Carter


No texto Carlos R. Brandão nos remete ao desafio de educar. A educação é essencial para a humanidade ela sozinha não muda nada mais sem ela socialmente também nada muda.

A educação é um meio para a transformação da sociedade e o seu desenvolvimento tanto do ponto de vista econômico como humano. Ela proporciona a formação de pessoas e como sendo contínua e permanente e o ofício de ensinar seja ainda um ato insubstituível do professor e da professora.

As tecnologias que estão a disposição são ferramentas que podem e devem contribuir no trabalho desenvolvido, pois instrui, mais estes aparatos por si só de nada valem sem a intermediação de compreender que para além de como funcionam são criação humana portanto são atos da própria educação.

A educação a distância instrui sujeitos mais não traz para o cotidiano do aprender a sensibilidade da troca, do afeto que dão ao ato de ensinar e ao profissional o seu sentido de ser. Avançar na nossa humanização.

Este também é um desafio para educadores e educadoras recriar e não apenas reproduzir e transmitir conhecimentos acumulados ao longo da história humana. Ousar no ofício e reviver no contexto atual como cultura viva.

Nada é neutro em educação. Educar é um ato político. Estas são afirmações compartilhadas por vários autores e intelectuais da educação.

Marilena Chauí sempre nos lembra em seus textos que só se vive pessoal e interativamente a democracia, quando se vive a experiência de sua própria criação.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

EDUCAR: ousar utopias



Da educação cidadã à educação que a pessoa cidadã cria
Carlos Rodrigues Brandão


A educação não muda o mundo.
Educação muda pessoas.
Pessoas mudam o mundo

Neste texto acima Brandão traz ao nosso conhecimento a origem da filosofia e por extensão da educação através do diálogo. Da Grécia com os seus mitos aos dias de hoje com a proposta de Educação Popular ou Cidadã.
Ao estudar a história da educação, as primeiras modalidades de ensino, são sempre programas de instrução forçada, em que os que aprendem ouvem e guardam. Perguntar para serem esclarecidos onde a dúvida é exceção. Não se aprendia a pensar, apenas repetir.
A Educação Popular nas suas várias formas teve na década de 60 o educador Paulo Freire e seu método de alfabetização como referência privilegiada do percurso pedagógico.

A Educação Popular está fundada em 04 pilares:

1- a educação não é algo criado e consagrado;

2- o que importa é uma geração constantes de comunidades aprendentes;

3- a educação precisa ser um bem - para todos;

4- a missão da educação é a de gerar pessoas críticas e criticamente participantes.

A educação dos movimentos de cultura popular deste período teve vários herdeiros e estabelecia como direito essencial à extensão de uma educação de qualidade para todas as pessoas. Nas décadas de 70 e 80 em pleno período da ditadura militar no Brasil estes estiveram juntos aos movimentos sociais em um processo de formação e de apoio pedagógico aos quadros militantes.
A Educação Popular tem como tradição o debate sobre a democratização do Estado Brasileiro e com a justiça social.
Apesar destes pilares e desta tradição sempre consentimos o direito de falar em pautas pré-estabelecidas. Ouvimos muito pouco.
Hoje a Educação Cidadã em seu desafio de ser mutável, transformável em um trabalho pedagógico a uma comunidade que aprende e que ao envolver-se com sua educação recria a si mesma em cada momento.
Para Brandão a escola tem este desafio de ser esta comunidade onde a prática da educação cidadã tem o compromisso político de criar mundos humanos...

Esta é a Escola dos nossos sonhos...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

“O problema hoje é a distribuição do emprego”

Em seus livros, o senhor previu um mundo em que todos trabalhassem menos para que mais pudessem ter um emprego. Mas o que se vê hoje é exatamente o contrário.

Em todo o mundo, e especialmente no Brasil, há muito desemprego. Em partem a culpa disso é da robótica, do computador. A uma situação paradoxal. O computador veio para livrar o homem do trabalho burocrático e poupar o tempo que gastava com suas tarefas, para liberá-lo ao lazer, a família, o estudo. Mas, se o mesmo trabalho pode ser feito em menos tempo, ou se reduz á carga horária, ou se reduz o numero de trabalhadores. Infelizmente, a segunda opção é a preferida. Mas a uma solução burra. Mais do que isso, e uma loucura. As pessoas estão trabalhando muito mais horas, enquanto as cidades estão cheias de desocupados. O desemprego depende, sobretudo, da boa distribuindo do trabalho, da riqueza e do saber. Os comunistas sabiam distribuir, mas não sabiam produzir. Nos sabemos produzir, mas não sabemos como distribuir o trabalho, assim como não distribuímos bem a riqueza e o saber.

A globalização esta piorando esta situação. O senhor não acha que, contrariando suas teorias, que o futuro tende a agravar ainda mais este problema da ma distribuição do trabalho?

Isso depende da inteligência do homem. Toda vez que temos grandes problemas, o homem vai atrás de soluções criativas. Acho que é um problema de tolerância. A distribuição de riquezas esta piorando porque o Terceiro Mundo é tolerante com os países ricos. Os problemas do Afeganistão, do Paquistão, do Iraque, do Irã não eram importantes até o 11 de setembro. Se não fosse aquele atentado, até hoje não teríamos despertado nosso interesse pelo Islã. Antes, na Itália ou no Brasil, ninguém sabia onde era o Afeganistão.

Qual seria a solução?

Parto do princípio de que nós temos de nos contrapor aos dois modelos existenciais fundamentalistas que vigora. De um lado o fundamentalismo islâmico, baseado no fanatismo religioso. E, de outro, o fundamentalismo americano, baseado no fanatismo consumista. O consumismo americano propõe o paraíso em terra, enquanto o fundamentalismo islâmico fala de um paraíso do lado de lá. Eu acredito que há um outro modelo, que não é nem islâmico, nem americano.

Nem uma terceira via?

Nem uma terceira via, com a pregada por Anthony Giddns, porque ela é uma via econômico-política. O terceiro modelo é uma via sociocultural. Essa via esta baseada na experiência latina, que sempre buscou um mundo melhor. A experiência grega, romana, do Renascimento florentino, do século de ouro espanhol, da América Latina, do Brasil, do Chile, da Argentina, do México... Povos que sempre tiveram seu tipo de vida mais voltado para a sensualidade, para a solidariedade, para a alegria, para a brincadeira e para o ócio criativo.

Seria uma oposição entre os modelos católico e protestante?

O catolicismo é parte do modelo latino. Ele é menos drástico, mais alegre, menos competitivo, menos calvinista. O catolicismo é menos baseado no trabalho e mais no tempo livre. No domingo, e não na segunda-feira.

Por que algumas pessoas são mais criativas do que outras?

Porque nelas há uma síntese entre fantasia e concretude. A maioria das pessoas é mais criativa em alguns setores do que em outros. Um sujeito criativo para negócios talvez não seja para poesia. Muitos de nós pensam que não são criativos porque estudaram ou se aperfeiçoaram na coisa certa. Quem sabe se dentro de mim não havia um Mozart, só esperando por uma aula de piano? As escolas não incentivam as crianças busca a sua veia criativa. Em vez disso, exigem que elas sejam boas em tudo, o que é impossível. Em 200 anos de Revolução Industrial, a criatividade não foi muito incentivada. Veja-se a crítica de Charles Chaplin em Tempos Modernos. Até pouco tempo atrás, o criativo era visto como perigoso, desestabilizador.

Como na fábula da cigarra e da formiga?

Sim, desejava-se que todos fossem formigas, andando em fila e fazendo tudo certinho, mas sem criatividade. A sociedade pós-industrial fez ruir esta idéia. Temos que produzir cigarras.

O que o levou a escrever "Criatividade e grupos criativos"?

Uma lacuna. Temos muito pouca literatura sobre a criatividade. A teoria psicanalista tratou disso, Fred, Jung, Hillman, mas não muito. Freud escreveu sobre Michelangelo e sobre Leonardo Da Vinci. Jung escreveu em ensaio sobre Beckett. Mas eles não se interessavam especificamente pela criatividade. Por que o homem é inspirado a criar? Temos o instinto de sobrevivência, de fuga, de agressividade. Mas haveria um instinto de criatividade? A psicologia interessa definir a personalidade de um criativo compará-la a de um não criativo. Quais são os interesses para um neurologista? As condições sinapticas que caracterizam a criatividade. E quais os interesses dos epistemologos sobre a criatividade? Saber como gerar o progresso científico. Quais os interesses dos sociólogos na criatividade? Saber como funciona m agrupamento criativo. Por que tantos gênios viveram em Atenas? Por que uma cidade com 40 mil habitantes gerou personalidades como Aristóteles e Sócrates? E não foi somente este o caso. Florença, quando tinha apenas 19 mil habitantes, teve Da Vinti, Donatello e Michelangelo.

Por que isso acontece?

Por que a história não segue em linha reta. Em alguns momentos, há uma grande criatividade artística, muito fantasiosa. Em outras, uma grande criatividade técnico-científica.

Elas seriam radicalmente diferentes?

Como uma linha reta e uma linha curva. Falo disso em meu novo livro, inspirado em um grande brasileiro, Oscar Niemeyer. Ele se contrapôs a Le Corbusier, que amava a linha reta, a linha mais breve entre dois pontos, a linha dos boulevares. Mas Oscar Niemeyer disse "Não é o angulo reto que me atrai, nem a linha dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a linha curva livre e sensual das curvas que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso nos seus rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher bonita. De curvas é feito o universo. O Universo curvo de Einstein”.

O que se pode esperar de um presidente que foi líder sindical?

Lula, neste momento, é um presidente muito atípico do mundo porque em toda parte há presidentes de direita, ou presidentes que se dizem de esquerda, mas agem como direita, como Tony Blair. E todos são hiperliberais, a favor do mercado livre, do aumento da produtividade, pela redução dos custos. O único chefe de estado que esta na contra-corrente é Lula, porque fala em justiça social. É um chefe de estado de grande originalidade. Depois de dois governos de Fernando Henrique, era necessário mudar de forma corajosa. Lula tem uma forte dissimetria entre os aspecto físico e a qualidade da mente. Uma mente muito refinada e um corpo de operário, mecânico. Uma mente pós-industrial e um corpo industrial, o que cria uma síntese muito interessante.

Mas os brasileiros reclamam que o governo tem mostrado pouca criatividade para mudar e que estaria engessado pela administração anterior.

Lula é hoje o chefe de estado mais pressionado do mundo. Quando Gorbatchev transformou a União Soviética, evitando uma grande carnificina, era um líder prezado em todo o mundo. Todos falavam bem dele, menos os russos. Mesmo acontece com Lula, que muito é prezado fora do Brasil. Não se pode esquecer que muitas potências estrangeiras conspiram contra Lula, porque ele é um perigo para a cultura ultra liberal. E como se dá esta conspiração? Como sempre se deu, no Brasil ou na Itália, com a ajuda da esquerda. E sempre a oposição da esquerda que pressiona e inviabiliza o governo de esquerda. Eles não caem por mérito da direita, mas pelo demérito da esquerda. Nós intelectuais somos responsáveis, porque fazemos pouco, mas criticamos muito. Os intelectuais querem que Lula faça em um ano o que não se fez em 100. O tempo da mudança não é decidido por uma pessoa, mas pelo governo, pelo FMI, pelo aliados, pela burocracia. Lula tem muitas qualidades e grandes ministros. Cristóvão Buarque é um grande ministro. Tasso Genro também. Se Lula tiver sucesso ou não, não é mérito ou culpa de Lula, mas culpa ou mérito de todo Brasil. Mas o Brasil já tem o mérito de ter votado nele. Foi uma coisa extraordinária. O Brasil mostrou uma enorme capacidade de sonhar.

Esta entrevista foi feita por Cristiane Costa e publicada pelo Jornal do Brasil